quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Cardílio (24 sonetos) 2

Vila Cardílio

Ruínas, ervas, noites deserdadas,
Sonhados sonhos, âncora que a morte
No tempo sempre arvora. Pedras vãs,
Ruas de palha ao tormento abandonadas. 

No pó que agora tudo em si recolhe
Há vidros de sol e água, breves nuvens
De ardósia, ervas rasas, velhas lágrimas
Que teus olhos cansados derramaram.

Tudo se desvanece no olvidado
Mundo: razões distintas ou verdades
Falazes. Tudo é pedra, tudo é nada.

Só ficaram murmúrios dos teus gritos
Surpresos pelo sol da madrugada.
Ruínas, sonhos são nunca sonhados.

2007


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.