segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Romper o consenso

Pablo Picasso, Guernica, 1937

Faz agora um ano que no Brasil se deu a sequela do ataque ao Capitólio, nos EUA, com um ataque aos órgãos de soberania brasileiros. Tanto nos EUA como no Brasil, não despareceram as forças que estiveram por detrás dos ataques que visavam a destruição da democracia. Continuam activas e focadas em romper o consenso nacional em torno do regime democrático. A estratégia deste tipo de forças, um pouco por todo o lado, passa por fomentar grandes clivagens políticas, abrir cisões no corpo social e transformar o conflito democrático, com as suas regulações pelo direito, num clima de guerra civil larvar. Antigamente, as forças de extrema-direita agiam em nome da ordem, aproveitando momentos mais conflituais para eliminar a democracia. O que se passa neste momento, porém, é diferente. São essas forças que geram instabilidade e provocam conflitos fora da ordem legal. O objectivo é eliminar os regimes democráticos, o controlo do poder pela lei democrática e instaurar estados autoritários. Contudo, o ponto inicial da estratégia é sempre o mesmo: romper o consenso e transformar adversários políticos em inimigos. Isto não se passa apenas nos EUA e no Brasil. Passa-se na Europa e passa-se em Portugal.

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