Esta especulação choca com a natureza das coisas. Quantas vezes um inimigo externo encontro aliados dentro da comunidade que pretende submeter? Contudo, não precisamos de uma ameaça extraterrestre para fazer perigar a humanidade. Esta é uma espécie em perigo de extinção. As alterações climáticas são um inimigo real da humanidade. As catástrofes naturais induzidas pela acção humana não escolhem potência para atacar ou para proteger. Elas desenrolam-se de acordo com uma legislação da natureza que não tem em conta a lei da força das relações internacionais. Esta ameaça que se desenrola aos nossos olhos, que tem o poder de eliminar a espécie, tem alguma capacidade para unir as potências, grandes e pequenas, num esforço comum para salvar a Terra? Todos conhecemos a resposta.
A questão
climática é o principal problema que enfrentamos. Perante a falência da ordem
internacional para a resolver, apesar da multiplicação das cimeiras e das
declarações sobre o clima, para evitar a catástrofe que se anuncia só parece
haver duas soluções. Ou os homens deixam de ser o que são, ou o problema
acabará por ter uma resolução violenta. Não é plausível que os homens se tornem
razoáveis e existam conversões em massa para pôr fim à sociedade de consumo.
Resta a solução que a espécie humana escolhe com frequência perante situações
críticas, a violência, o conflito entre aqueles que percebem a situação em que
nos encontramos e os que apostam em tornar o planeta inabitável. Vai chegar o
momento, ainda pouco perceptível, em que não será possível fingir que o
problema climático se resolve com declarações e tratados que não alteram nada. As
diversas potências serão obrigadas a assumir as suas posições e defendê-las de
forma violenta. Infelizmente, parece que é para aí que, como sonâmbulos,
caminhamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.