sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Poemas para uma Terra Interior (ii)

Bartolomeu Cid dos Santos, Terra Incógnita (Gulbenkian)

Descer pela escada viva da terra

ao palácio sombrio do vento norte.

Encontrar na viagem a boca ferida,

a gruta do desejo então desperta.

 

Um caminho sinuoso na memória,

a palavra de fogo desenhada,

símbolo de sal e solidão,

no interior vivo da poeira nocturna.

 

Rasgada a crosta crua da terra,

o sussurro do vento ressoa

na ondulação levedada do silêncio.

 

Um comércio de luz e sol abre

sinais e segredos ao cântico da vida

erguendo-se na morada da morte

 

Maio de 1993

[Conjunto de três poemas pertencentes à série Cânticos da Terra Amarela]


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