Frederick Sommer, Colorado River landscape, 1942 |
Ruído de cascalho logo pela manhã:
ecoando pelas ruas, ecoando
pelos pátios traseiros do sonho.
Durs Grünbein
Por vezes, o inferno irrompe no paraíso da manhã, naquele momento em que os sonhos cavalgam na semiobscuridade do sono e abrem uma porta para que a consciência espreite para as estranhas paisagens que se escondem nessa pátria longínqua que existe em nós e que, por comodidade da linguagem ou por preguiça da denominação, chamamos inconsciente. Então, a ordem burocrática da cidade faz-se ouvir e, ainda a aurora está presa no horizonte, e já o matraquear do zelo pelo mundo espalha o cascalho incendiado do ruído pelas ruas. Perfura o betão impotente das paredes, para ressoar na cabeça de quem sonha e, num primeiro instante, julga ter caído no precipício de um pesadelo.
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