Toni Schneiders, Nachts auf der Ginzon, Tokyo, s/d |
Se a tarde desliza sob o império da chuva, os transeuntes inscrevem, na paisagem toldada de cinza e água, um jardim sombrio de guarda-chuvas, transportados em mãos hesitantes, presos em corpos vergados aos desconforto descido dos céus. Nos rostos, transparece a frágil energia da tristeza. Nos passos apressados, o desejo de chegar a um destino, qualquer que seja, um lugar onde a intempérie se suspenda e as árvores toldadas pela invernia sejam esquecidas na sua nudez e desabrigo. Em certos dias, a vida parece habitada por monstros diáfanos, por quimeras que rosnam no silêncio dos corações. A prosa rude da intempérie troveja e a noite ao chegar traz apenas a escuridão que deambula pelo universo.
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