sábado, 20 de abril de 2019

Sonhos numa noite de Verão 17

Jakob Tuggener, Façade, Oerlikon Machine Factory, 1936

Não queria acreditar e no entanto ela ia ali, levada pela resolução da sua passada, oferecendo os contornos do corpo à minha visão, e esses contornos faziam-me lembrar um tempo passado, ateando em mim um desejo que pensara extinto. Segui-a, e ela, quase o juro, sabia que eu a seguia, adequou o passo para que, não deixando de ser seguida, não fosse alcançada. Quando chegou ao destino, subiu os degraus, entrou e fechou a porta. Então, corri. Quando cheguei, não havia degraus nem porta. Banhado em suor, procurei uma entrada, mas não havia. Enlouquecia de desejo. Acordei quando uma sirene tocou. Acendi a luz. Estava só, num quarto desconhecido. Não havia porta nem janela.

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