Vila Cardílio
17. Cânticos
Cânticos
descem nas ervas trazidas
pela
dolência de água do Inverno.
No
pórtico, um leito de poeira,
lápides,
colunas, a luz do abandono.
Curvados
à penumbra do cansaço,
os
pássaros do crepúsculo cantam.
São
deuses movidos pelo ondular
de
cinza, pela cintilação da morte.
Silêncio.
O tempo sangra a terra.
Os
teus olhos, Avita, entoam canções
de
âmbar quando a sombra te dói
e
o rouxinol poisa furtivo na ruína.
1979
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