JCM, Alvito, 2019 |
Chega-se ao Alentejo e a primeira sensação, a mais superficial, é de imobilidade. Enquanto todo o país foi tomado pela azáfama da mobilização, em que cidades e vilas foram descaracterizadas e, muitas vezes, mortas pelo progresso empreendedor dos empreiteiros e de presidentes da câmara ansiosos de ganharem uma estátua no centro da paróquia, o Alentejo permaneceu estranho à azáfama, tratando de manter a cara lavada. A segunda sensação é a da reconciliação que a pessoa sente ao caminhar naquelas ruas brancas, onde são raríssimos os atentados ao bom gosto. Por fim, começa-se a desconfiar que naquelas cidades e vilas, onde o tempo se recusa à velocidade, a vida é mais autêntica e tudo aquilo tem uma dignidade que não se suspeita já em parte alguma do país. O Alentejo é um país à parte.
Uma dignidade e uma capacidade de resistência invulgares.
ResponderEliminarUm abraço
É verdade. Não devem ter sido poucos os modernizadores a tentar a sua sorte.
EliminarAbraço