domingo, 1 de dezembro de 2019

Alentejo, Alentejo

JCM, Alvito, 2019
Chega-se ao Alentejo e a primeira sensação, a mais superficial, é de imobilidade. Enquanto todo o país foi tomado pela azáfama da mobilização, em que cidades e vilas foram descaracterizadas e, muitas vezes, mortas pelo progresso empreendedor dos empreiteiros e de presidentes da câmara ansiosos de ganharem uma estátua no centro da paróquia, o Alentejo permaneceu estranho à azáfama, tratando de manter a cara lavada. A segunda sensação é a da reconciliação que a pessoa sente ao caminhar naquelas ruas brancas, onde são raríssimos os atentados ao bom gosto. Por fim, começa-se a desconfiar que naquelas cidades e vilas, onde o tempo se recusa à velocidade, a vida é mais autêntica e tudo aquilo tem uma dignidade que não se suspeita já em parte alguma do país. O Alentejo é um país à parte.

2 comentários:

  1. Uma dignidade e uma capacidade de resistência invulgares.

    Um abraço

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    Respostas
    1. É verdade. Não devem ter sido poucos os modernizadores a tentar a sua sorte.

      Abraço

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