Arshile Gorky, Good hope II (Pastoral), 1945 |
Observar
a macieira, espectro no centro
da
terra, era de todos o primeiro sonho.
Parados
no soalho, olhavam especados.
Tomo
da memória a coloração dos sons,
o
timbre dos odores, a caducidade dos gestos.
Dos
vidros, restava a memória da guerra,
a
recordação profana do corpo dilacerado.
Os
deuses desciam envoltos em seus halos,
em
breves haustos abençoavam pedras e heras
que
suspensas em ocultas mãos amavam.
Galáxia
ou um império de frutos a nascer,
os
dedos aprenderam a luz da noite. A maçã
reinava
nas brancas paredes dos quartos,
onde
silhuetas jogavam os primeiros dados.
Um
pequeno raio fulgia e afogava os astros.
(1981)
Muito bom.
ResponderEliminarAbraço
Muito obrigado.
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