A divulgação dos rankings é importante, pois é um indicador seguro da desigualdade social, dá-nos uma visão objectiva sobre quem tem mais oportunidades e quem tem menos, deixa-nos perceber quão longe a igualdade de oportunidades, a que todos os portugueses deveriam ter acesso. Existem múltiplos factores para explicar estas disparidades. Factores sociais, económicos, culturais. Factores ligados à organização e cultura das escolas.
O que raramente se tem em conta, como um factor diferenciador dos resultados entre o ensino público e o ensino privado, é o papel do Estado – através do Ministério da Educação – na promoção destas desigualdades. Se olharmos para algumas entrevistas a responsáveis dos colégios privados, perceberemos de imediato que estão concentrados numa única coisa: obter os melhores resultados possíveis nos exames nacionais. É para isso que estão organizados e é para isso que preparam desde muito cedo os seus alunos, eliminando tudo o que se torna obstáculo a esse objectivo.
À escola pública – e de forma mais acentuada desde que António Costa se tornou primeiro-ministro – são-lhe atribuídas tantas funções que a preparação dos seus alunos para exames é apenas mais uma e – no que parece ser o discurso ministerial – não das mais importantes. Com as actuais políticas educativas, acentuou-se o afastamento da escola pública em relação ao objectivo principal que anima os colégios privados: preparar os alunos para obterem grandes resultados nos exames nacionais e, desse modo, acederem aos cursos que lhes interessam.
Aquilo que
seria importante estudar era o impacto das ideologias governativas no
afastamento dos resultados entre escolas públicas e privadas. O Ministério da
Educação acha que a escolarização da população está muito para além dos
resultados obtidos em exame. Contudo, estes resultados são cruciais para o
destino dos alunos. O que fará um pai que tenha disponibilidade económica e
viva num lugar onde existam colégios privados que enxameiam os primeiros
lugares dos rankings? Vai colocar o filho na escola pública? Todos sabem
o que faria a maior parte dos pais.
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