Imagem obtida através de IA DALL.E 2 da OpenAI |
Quando os archotes ébrios, os
teus dedos,
Incendiaram na noite a branca
cólera,
Gritaste no silêncio
desvairado,
No tormento das horas esquecidas.
No teu jardim, as rosas enrugaram.
Os dias aos dias seguiram
imperfeitos,
Estátuas dum deus enlouquecido,
Preso em polida pedra
calcinada.
Não há mãos pelos seios, nem
alegria
No súbito cantar. Apenas mágoas
Te recolhem na fístula da
tarde.
Aí, na flâmula acesa,
transfigura-se
Em murmúrio a voz que em ti vacila,
Luz que a noite ao dia sempre
roubou.
2007
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