Maurice Denis, Paradise, 1912 |
certos paraísos perderam o brilho é agora
outro o receio que acolhes (...)
João Luís Barreto Guimarães
O destino de todos os paraísos é empalidecer, deixar que a cintilação, com que se apresentavam aos olhos atónitos e temerosos dos fiéis, se vá perdendo com o passar do tempo. Este é o inimigo mais poderoso de um paraíso, talvez porque os paraísos pertençam à esfera da eternidade, e o tempo é como a poeira que suja os vidros mais transparentes daquilo que está além dele. Ou então os jardins do Éden são criações humanas e como estas estão condenados à palidez, ao livor da existência, até que a lividez anuncie a sua morte, como se proclamasse o fim de um universo.
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