Anónimo romano, Cabeça de uma bacante, bêbada e assustada, Vila dos Mistério (Pompeia) |
Sinto o vento no rosto e na mão
trago
Um trevo iluminado pelo sangue
Que do teu corpo ávido então cai,
Como um cão que cantasse em Setembro.
Que frio aroma férvido é o teu?
O perfume do azeite, o verde mênstruo
Em meu olhar se prende, flor de pétalas
Sôfregas ou roseira amarga e lúgubre.
Penumbra em que repousas a cabeça,
Véu de branda loucura, lua deserta
Onde escondo o fantasma que me habita.
Na treva dos teus passos, eu te sigo,
Cansado de sonhar deuses, esferas,
Sombras de vento ou cálices de pólen.
2007
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