F. Schmidt, Aufnahme von Docent F. Schmidt in Karlsruhe, 1895 |
Em cada ser humano persistirão memórias de coisas que nunca viveram, mas não são recordações inventadas para criar para si uma imagem benfazeja da sua pessoa. São antes memórias herdadas no segredo da transmissão genética. Um passeio pelo campo, uma casa há muito desaparecida, o modo como o vento desce da montanha, o ódio visceral e inexplicável a alguma coisa ou o amor injustificado por uma outra. Imagine-se então que os genes transportam consigo não apenas as características físicas, essas memórias dos corpos do passado que estão na origem dos actuais, mas também uma memória feita de fragmentos que, nos sonhos e no devaneio da semi-consciência, se manifesta perante a perplexidade daquele que a vive.
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