Mário de Oliveira, Terras de Tabernas, 1967 (Gulbenkian) |
A
terra, uma frutuosa ermida,
erigida
na secura dos mundos.
Os
grãos de poeira são vento,
água
na pia baptismal da vida.
Suspira
Setembro pela chuva.
O
mar subterrâneo inunda de luz
o
centro vazio, cavernas vivas,
a
constelação desfolhada do fogo.
No
interior dos dias, cavalgam
bravios
cavalos presos na noite,
vergados
ao peso da ardósia.
Rochas
brancas, cinzas vermelhas,
bandeiras
arvoradas nas trevas,
o
luto vivo no coração da terra.
1993
[Conjunto
de três poemas pertencentes à série Cânticos da Terra Amarela]
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