Manuel Filipe, Guerra, 1945 (Gulbenkian) |
As recentes declarações do futuro presidente dos EUA, Donald Trump, sobre aquisições e anexações, que vão desde o Canal do Panamá até à Gronelândia, passando pelo Canadá, bem como as contínuas interferências na política dos países europeus do seu aliada momentâneo, Elon Musk, vieram legitimar as práticas de interferência internacional e de invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Isto significa que o débil direito internacional e e a ordem internacional de cariz liberal estão mortos. Os EUA vão trocar uma posição de enfrentamento das pretensões russas para uma posição de cópia da política russa. A ordem internacional nascida da segunda guerra mundial acabou e voltámos, em novas circunstâncias, para a uma situação hobbesiana de guerra de todos contra todos. Retornou o direito de conquista e nenhuma independência está segura. Tudo depende dos interesses e da força de uma potência superior. Um aliado pode, de um momento para o outro, tornar-se um inimigo, quebrando os pactos de amizade, apenas porque convém aos seus instintos de predador. Resta saber o que os europeus vão fazer. Serão eles os últimos moicanos, os defensores de uma ordem internacional regulado pelo direito e pelo respeito entre nações, ou cederão ao Zeitgeist, fracturando a sua unidade e tornando-se lobos uns dos outros e presas de potências mais fortes. Reside na Europa uma pequena e frágil luz de liberdade e de moralidade. Veremos se se mantém acesa ou se os ventos que correm a apagarão.
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