Claude Monet, Haystack in Winter, Giverny, 1891 |
O súbito desmoronar das
terras,
as águas inquietas
na ilha do Inverno,
a noite bebida
na luz lacustre do
orvalho.
Se ainda florisse uma frase,
a entoação de um nome,
camélias abertas
para a seda dos dedos,
a súbita sombra dos
cedros.
Inverno, os dias suspensos
sobre a casa de colmo.
O adobe do tempo cintila
no grande fogo
desfolhado na seiva da
terra.
Caminhos, veios de
mármore,
a geada suspensa
do calcário dos
cabelos.
Um cântico ergue-se
no murmúrio da chuva.
(1998)
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