G. Écalle, La Petite Princesse, Clair-de-Lune, 1904 |
À noite sobre o campo desolado,
Ela delira em sonhos febris.
Georg Trakl
A febre dos sonhos que povoam as noites daquelas jovens mulheres perdidas num século passado têm a temperatura da desolação dos campos, onde a vida se desvanece no grande lago do abandono. Quando os corações se agitam, os ventos do Sul trazem um ar seco e a vida cintilante, que uma Primavera sem consciência promete, torna-se num imenso deserto, onde não passam caravanas, nem é sulcado por cavaleiros andantes. Resta o fervilhar dos sonhos na rasura da noite, na solidão do quarto, no leito sempre imaculado.
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