Kees Scherer, Amsterdam, 1951-1956
Era tanto o calor que, durante o passeio nocturno, me sentei no banco do velho jardim. O corpo, submetido à inclemência do Verão, parecia incapaz de suportar o peso e, contra o que era o hábito, as pálpebras queriam acrescentar escuridão à escuridão da noite. Nem a iluminação pública impediu que inclinasse a cabeça nas costas do banco e adormecesse. Quando acordei, estava regelado e noite escura cobria-se de neve. Árvores e arbustos tinham perdido o folhedo e o Inverno descia impiedoso sobre os meus ombros. Se sonhei, não retive o sonho.
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