Não deve ter sido fácil, no plano musical, ser irmã de
Amália Rodrigues, a principal diva do fado. As comparações são inevitáveis,
embora injustas e, na verdade, sem sentido. Num momento em que se recuperam
alguns EP de Celeste Rodrigues, o Alma Pátria traz um fado, Meu Sonhar, do EP As Ruas, de 1961. A letra é de Castelo
B. Mota e a música de Adelino Santos. O poema integra-se numa temática
recorrente da época, em que o fado é interpretado como destino, um destino
doente, triste. Um exercício de melancolia perante a esperança, os sonhos de
uma vida e a morte da ilusão como a pior das decepções. Isso, porém, não é o mais relevante. A voz e a interpretação de
Celeste Rodrigues são excelentes e mostram que ela era muito mais que a irmã da
Amália.
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