Bill Brandt,
Blackout in London, Crescent Moon and
Street Lamp, The Adelphi, 1939
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Uma mulher saiu da escuridão e entrou na zona iluminada pela
lua. O quarto-crescente oferecia a cidade aos perigos que todos suspeitavam. Ao
ver aquele rosto, senti-me perturbado. Amor à primeira vista. Segui-a.
Via o seu corpo e a sombra que crescia na estrada. Ela percebeu que era
seguida, mas não se apressou nem se voltou para trás. Talvez também se tivesse
apaixonado. A perturbação atingiu o paroxismo quando pensei que a primeira
coisa que faria ao alcançá-la seria pedi-la em casamento. Pergunta-me se
casámos. A certa altura, nuvens densas ocultam a lua. A escuridão era total. Ouvia
os seus passos, mas estava já numa zona onde as ruas se emaranhavam. Passei a
noite atrás daquele som. Uma dor de cabeça horrível misturava-se com um cansaço
inexplicável, quando acordei pela manhã.
Muito bom.
ResponderEliminarUm abraço
Obrigado.
EliminarAbraço