Inscrição em Vila Cardílio, Torres Novas |
40. No desvão da
vida
Esqueceremos horas, dias, anos,
a água da aurora sobre a pedra,
o bafo dos animais se o Estio cintila,
a serena serenidade da morte.
Deixa a mão deslizar pela coluna,
a vila a baloiçar na voz do vento.
O coração ferido pende do nastro
preso ao puro peso da penumbra.
Caminhamos no desvão da vida,
enganados pela harmonia das ervas,
corrompidos pela coruja do amor.
Em silêncio, o céu serena-nos a
sorte.
1979
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