Francisco de Goya, Que Locura! |
Em vez de se cuidar da democracia liberal, aquele regime em que todos são iguais perante a lei, em que esta governa os próprios governantes, onde estes podem ser despedidos por vontade popular, em que cada um pode dizer o que lhe apetecer e fazer o que bem entender da sua vida, entusiasmamo-nos com aquilo que abre o caminho para a desigualdade perante a lei, para os regimes onde os governantes estão acima dela e governam enquanto lhes apetecer, em que a palavra pode ser censurada e os comportamentos privados significativamente controlados.
Tudo isto em nome de identidades ficcionais, de grupos maioritários e minoritários que se pensam como tribos arcaicas. Tudo isto acompanhado por uma grande gritaria, como se cada grupo achasse que possui os monopólios da verdade e da dor e como tal tem uma legitimidade acrescida para vituperar a tribo inimiga. Tudo isto fundado num profundo desprezo pela singularidade de cada pessoa e pela natureza individual das acções – boas ou más – cometidas. Insânia, dir-se-á, embora a palavra possa não ter a força suficiente para dar sentido à tragédia que pode estar a fermentar neste caldo cultural.
Uma breve vista de olhos às redes sociais é tenebroso.os gritos, o ruído, o barulho indignado por dá cá aquela palha é tal, que, um dia, o próprio Bill Gates fecha a porta.
ResponderEliminarVive-se um ambiente de irresponsabilidade total. Quando os afectos tomam conta da político, a afecção logo se transforma em infecção.
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