Alberto Ribeiro não era propriamente um fadista de Coimbra, um estudante dado aos trinados entre o Choupal e a Lapa. Foi um actor de cinema, de teatro de revista, cantor de opereta. Uma personagem muito popular em Portugal nos anos quarenta do século XX e início dos anos cinquenta. Também adaptou fados de Coimbra a uma espécie de fado canção, como este Fado Hilário. A letra diz muito das relações sociais coimbrãs, das relações entre uma elite estudantil e boémia e as tricanas. É também um sintoma claro da cumplicidade da academia não tanto com os valores do conhecimento, mas com a referida boémia. Não é o saber a que se aspira, mas à boa vida, a qual não é, propriamente, uma vida boa. Nesta interpretação, excelente e bem recuperada, Alberto Ribeiro é acompanhado pela Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, dirigida pelo maestro João Nobre.
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