Berenice Abbott, Portrait of the Artist as a Young Woman, c. 1930 (negative) c. 1950 (distortion) |
Não sei se o que vou contar foi um sonho ou se, na
realidade, o vivi. Não interessa. A sua perfeição cegava-me. Cortejei-a, não me
rejeitou. Os dias passaram e ela cresceu em beleza dentro dos meus olhos. Eu, aos
dela, seria uma encarnação do príncipe encantado, presumi. As coisas, como
seria de esperar, precipitaram-se e não tardou que a Igreja se abrisse para o
nosso casamento. No momento em que o padre me perguntou se a aceitava, olhei-a
e senti uma vertigem. Não havia simetria no rosto e os olhos deambulavam perdidos,
como se não tivessem lugar fixo. Era uma encarnação diabólica, pensei e fugi.
Fui capturado e a minha família internou-me, mas não sei se sonhei tudo isto ou
se fui construindo a história nos anos que levo neste hospício.
«A Vida É Sonho e os Sonhos Sonhos São»...
ResponderEliminarSonhos são, exactamente.
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