Elmer Bischoff, #88, 1985 |
As
pastagens dizimadas,
a
luz no ferro incandescente.
Nas
vinhas, cabras mansas,
a
mão no vigor do fogo solar.
No
ocaso, o sol era uma ferida
chamando
as trevas
e
na fronteira friável da terra
as
mulheres dançavam
na
transparência da carne.
Homens
vindos do meio-dia,
joelhos
na lama.
Na
boca, floresciam-lhes preces,
a
dádiva de uma luz suave
sob
o despotismo do Estio.
A
súplica íngreme,
dor
ao dobrar-se em genuflexão,
Os
tentáculos do astro embutidos
no
peito cravejado de nódoas.
O
tempo incendiava-se
nas
uvas de Setembro.
Névoa de luz na noite sem nome.
(1993)
[Conjunto de cinco poemas pertencentes à série Cânticos da Terra Amarela]
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