A questão mais importante no estranho caso da nomeação de Hélder Rosalino para o novo cargo de Secretário-Geral do governo não é a do seu vencimento - embora, seja absurdo que um quadro tenha um vencimento superior ao do Primeiro-Ministro ou ao do Presidente da República - nem a estranha jigajoga da troca entre o Banco de Portugal e o governo, apimentada com o drama de saber quem paga o salário ao secretário-geral.
O importante é o sinal que o governo dá ao escolher a figura de Hélder Rosalino, um destacado secretário de Estado do tempo de Passos Coelho, um dos homens mais zelosos na aplicação do programa não apenas da troika, mas daquilo que ia para além da troika. O malabarismo realizado por Montenegro para assegurar Hélder Rosalino torna claro que o actual governo só não faz o que fez o de Passos Coelho e de Paulo Portas porque não tem maioria.
Montenegro pensará: Quem quer saber o passado do novo secretário-geral? Está convencido de que ninguém. Se a AD, nas próximas eleições, chegar a uma maioria absoluta, a velha política de Passos Coelho voltará em força, reforçada, caso seja necessário, pelo amparo ideológico da Iniciativa Liberal. Os símbolos são coisas que se devem levar a sério e a contratação de Rosalino é simbólica.
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