10 de Junho de 1966
Por mais voltas que se dê, o 10 de Junho nunca deixa de parecer um feriado irreal, uma espécie de pesadelo vindo dos tempos do professor Salazar. Marcado, no início, pela exaltação nacionalista do Estado Novo, depois, durante as guerras coloniais, transformado em cerimónia de preito às Forças Armadas e de condecoração de militares, alguns a título póstumo, sempre ostentou uma marca sombria, fúnebre. Por mais garridice que a democracia tenha introduzido no feriado, por mais que lhe tenha trocado a denominação, o 10 de Junho continua a ser um feriado postiço, que serve para o Presidente de serviço dar recados, distribuir condecorações e mostrar desvelo pelas comunidades emigrantes. Camões, claro, não tem culpa nenhuma e nunca teria imaginado que o seu nome iria ser usado para tais desideratos. Amanhã, será outro dia e ninguém mais se lembrará de Camões.
Que 'raça' de dia.
ResponderEliminarAbraço
Que dia...
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