Frederic Remington - The Scout (1902-1905)
Num post anterior falava-se do narcisismo ligado ao acto de pensar, à paixão de ter razão. Estará todo o pensamento condenado a ser um espelho de um ego desmedido? Não poderá ser o pensamento um exercício de humildade? Essa possibilidade existe se aquele que pensa abandonar a sua pretensão a dizer a verdade. Isto não significa que opte pela mentira. Mentir ainda é uma forma de reconhecer a existência de uma verdade. Significa que pensar é apenas e só uma exploração, uma titubeante caminhada, um ir e voltar cheio de contradições. O pensador não é um general de cavalaria que guia o exército à vitória. Ele não passa de um simples batedor de um território estranho. Talvez possua uns olhos mais agudos, mas isso não faz dele o possuidor de uma verdade nem de uma ciência. Bater e explorar um território não é dirigir-se à montanha para receber de Deus as tábuas da lei. É um exercício mais precário e provisório, num território cheio de armadilhas.
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