A minha crónica semanal no Jornal Torrejano.
A posição da Igreja Católica perante os desenvolvimentos da economia
mundial e as políticas que têm servido a instauração de uma nova ordem
económica é um dos maiores desafios que enfrenta. A Igreja foi sempre muito
dura com os regimes comunistas e o ateísmo presente na filosofia marxista. Com
medo de perder a influência sobre os sectores operários e apoiada na sua
reflexão e experiência multissecular, a Igreja de Roma, através do papa Leão XIII,
definiu, na encíclica Rerum Novarum
(1891), a doutrina social da Igreja, a qual tem sido actualizada em
conformidade com as mudanças históricas entretanto ocorridas, embora sem perder
a motivação e o sentido originários.
A economia global, fundada em pressupostos liberais e desenvolvida a
partir dos anos 90 do século passado, contraria por completo a orientação
social da Igreja. As políticas económicas e sociais adoptadas, nomeadamente
pelo actual governo, não ofendem apenas aquilo que é o magistério da Igreja
Católica relativamente aos direitos dos trabalhadores (por exemplo, a última
revisão do código laboral é uma negação total dos direitos do trabalho,
fundados no direito natural, defendidos pela Igreja), mas também de tudo o que
o Vaticano defende acerca da dignidade da pessoa, da sua liberdade, dos seus
direitos, do valor da família, da justiça social, etc., etc.
A Igreja, na sua doutrina, subordina a economia à dignidade humana.
Numa palavra, a economia deve servir os homens e as comunidades onde estes
vivem. O que se passa hoje em dia é que a economia, na sua faceta financeira e
global, é pós-humana. A economia, outrora submetida à esfera da moral, da
religião e da política, autonomizou-se. Esta autonomia significa que um único
valor – o do lucro privado dos investidores – guia a actividade económica e
nenhuma outra consideração de carácter moral, político ou religioso deve ser tida
em conta. O destino dos homens, das famílias e das comunidades é indiferente
aos decisores económicos. A miséria dos indivíduos, a desagregação das famílias
e a destruição das comunidades são coisas boas, do ponto de vista económico,
pois são o resultado da eficiência de uma economia pós-humana.
Aquilo que é de admirar não são as palavras grossas do bispo Torgal. O
que é de admirar é a atitude bonançosa da Igreja e de muitos católicos perante
um estado de coisas que nega e destrói o que a Igreja Católica e a sua doutrina
social defendem. O perigo irreligioso do comunismo ao pé da nova ordem política
e económica era, como estamos a descobrir, uma brincadeira de crianças.
...traigo
ResponderEliminarecos
de
la
tarde
callada
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
JMC
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE BAILANDO CON LOBOS, THE ARTIST, TITANIC SIÉNTEME DE CRIADAS Y SEÑORAS, FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA,JEAN EYRE , TOQUE DE CANELA, STAR WARS,
José
Ramón...
Obrigado, José Ramón. Certamente, visitarei os seus blogues Horas Rotas e Aula de Paz.
EliminarBoa tarde JCM,
ResponderEliminarA Icar não hesitou em continuar ao lado dos poderosos, mesmo depois dela própria ter "deixado" de ser poder.
A sua hierarquia não teve dúvidas em estabelecer alianças imorais e alimentar cumplicidades espúrias com regimes políticos ignóbeis e conivências mal disfarçadas com organizações do submundo.
As honrosas excepções, que as houve (há)e que se louvam, ou foram "silenciadas" ou pouco mais fazem do que pregar em vão.
Concordo que, mais do que os estalinismos, os maoismos, etc., é este "financismo" desumano que a Icar tolera, porque nele também participa, que nos há-de levar ao inferno.
bfs
Não seria tão drástico com a Igreja Católica, mas que ela se esquece com demasiada facilidade da sua doutrina social, lá isso esquece. É como se a doutrina social fosse para os católicos pobres e para os ricos, estivessem dispensados. Talvez ainda paguem uma bula. Quem sabe? Abraço.
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