George Grosz - Manhã Azul (1912)
73. Creio nas manhãs azuis sobre a cidade
Creio nas manhãs azuis sobre a cidade,
na desolação de quem passa
e traz nos olhos uma cortina de fogo,
nas mãos, o sangue frio da noite.
Toda a minha fé está nesse jardim:
Árvores cariadas, folhas mortas,
o braço decepado de uma roseira,
o suor que te mancha o vestido.
Exacto e azul, o meu sentimento
cresce no vazio, transborda e canta.
E tudo se move empurrado pelo vento:
O dia, as lágrimas, a sombra sobre a terra.
A poesia é uma manhã outonal que, mesmo quando não parece, pode ser bela.
ResponderEliminarAbraço
Qualquer manhã outonal é preferível a estas manhãs estivais.
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