Eugène Carrière - Meditação (1900)
Nos tempos de Verão, a floresta arde, assustando homens e animais.
No Inverno, as chuvas engrossam os rios, e estes, caudalosos e descuidados,
saltam margens e desfazem fronteiras. A Primavera traz a vida e o Outono,
colheitas. Durante muito tempo meditei na felicidade que a natureza oferecia. Há
horas em que se exulta com os dons da Terra. Noutras, o luto e o perigo rondam
casas e famílias. Assim descobri a ordem do mundo. A natureza dá e tira com
justiça e equidade. Fora disto, não há como ser feliz.
Os homens têm-se esforçado por condicionar a Natureza, que, de tanto tirar, qualquer dia já nada tem para dar.
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A natureza acaba sempre por responder. Um terramoto aqui, um ciclone acolá... e assim ela responde quase olho por olho, dente por dente.
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