Max Klinger - Na pátria
Já não tenho pátria, acabou-se. Não sei se a venderam ou se fui eu
que, por descuido, a perdi. Oiço as palavras que me saem da boca e não
reconheço a língua que me é devolvida. Tudo o que um dia me foi familiar
tornou-se estranho. Casas, ruas, cidades, o rio da minha aldeia. O Tejo que era
maior que o rio da minha aldeia já não está onde estava. Ou então foi o sítio
por onde o Tejo passava que desapareceu, deixando as águas do rio suspensas do nada. Olho
à minha volta e não vejo a sombra, aquela que me pertenceria. Perdi a sombra. Sou um estrangeiro em casa, na rua, onde quer que vá.
Quem escreve assim terá sempre a língua portuguesa como pátria e o Tejo como navio.
ResponderEliminarAbraço
Obrigado, JRD.
Eliminar«A minha Pátria é a Língua Portuguesa»...e também 900 anos de História...o vazio do leito dos rios preenceher-se-á naturalmente com a vontade dos homens.
ResponderEliminarTalvez, talvez.
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