terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Metamorfoses 7 - Por vezes, as metáforas ficavam a baloiçar

Ramón Casas Carbó - Au bain (1895)

7. Por vezes, as metáforas ficavam a baloiçar

Por vezes, as metáforas ficavam a baloiçar,
à procura de um ritmo, de uma voz,
da fria mão que as libertasse.

Tudo se conjurava para que viesse o poema.
Lento, temente das palavras, desatinado:
sombra tracejada no silêncio.

Assim chegavam naqueles dias os sonhos,
as sílabas cantadas que te saíam dos lábios,
o rumor do corpo no solstício de inverno.

2 comentários:

  1. Belíssimo!
    Quando os sonhos são como um frémito que (nos) "toca" no vai e vem das palavras.

    Um abraço

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