Jean Cocteau - Auto-retrato sem rosto (1910-13)
21. O tormento das horas que passam
O tormento
das horas que passam
e nesse
passar me esquecem,
deixando um
rasto de anjos pelo chão.
Na ravina,
erguem-se pássaros em flor,
volteiam no
azul dos céus,
abrem asas
sob o sopro das nuvens.
E eu que não
sou anjo nem pássaro
olho-me na fúria
do espelho
e espero o
tempo na mudez da face.
Os pássaros não têm face e não adianta virar as costas ao espelho porque os anjos não as têm.
ResponderEliminar(podia dar-me para pior, mas como estamos no entrudo...)
Falando a sério. Mais um belo poema.
Um abraço
Ora muito obrigado, JRD.
EliminarAbraço