Milton Avery - Dark Forest (1958)
Este não é um tempo de evidências, de conceitos claros e distintos, de certezas trazidas seja pela intuição, seja pelo cálculo lógico das proposições de qualquer argumento. Esse divertissement pode fazer carreiras académicas e trazer prestígio aos amantes do cálculo, mas está longe, muito longe, de poder deitar alguma luz sobre a massa heteróclita que desafia o pensamento dos homens. Ali, onde o conceito se mantém impreciso e indefinido, está aquilo que merece ser pensado. É o equívoco e não o unívoco que chama o pensamento. É a metáfora e todas as figuras da equivocidade da linguagem, com o seu cortejo de sombras e escuridão, que permanecem a injunção que determina o homem à reflexão. Um tempo sombrio como o nosso não suporta a transparência da definição e do conceito nem a complexa simplicidade da lógica. Por estranho que possa parecer, este é o tempo em que todos os gatos são pardos.
Um tempo de absurdidades?
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Mais que absurdo, um tempo obscuro. O absurdo ainda é visto como absurdo porque há uma luz que o mostra como tal. O nosso tempo é obscuro.
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E como diz num post acima, olhamos olhamos e não vemos.
ResponderEliminarParece haver uma cegueira congénita.
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