Recuperação de textos do meu antigo blogue averomundo, retirado de circulação. Este texto pertence a uma série
denominada cadernos do esquecimento. Texto
de 11.10.2009.
É preciso uma enorme dose de arrogância para alguém se candidatar a um
cargo público com a suposição de ser capaz de resolver os problemas da
comunidade ou dos outros. A candidatura, toda a candidatura, é um exercício
paranóico de arrogância. Não basta a mera auto-estima, a confiança em si. Todo
o poder, sem excepção, se funda na arrogância, exprime-se através da altivez e
da sobranceria, por vezes, se conveniente, através do desprezo. Aquele que luta
pela conquista ou manutenção do poder não é apenas audaz, é presunçoso e,
muitas vezes ou sempre, insolente. A verdadeira virtude política não passa de
um repositório de qualidades para a prática do mal. Não por acaso, o poder é o
lugar do mal e o poder absoluto, o do mal absoluto.
“Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive”.
ResponderEliminarHenry Louis Mencken
Um abraço
Nem mais, vergonha e algum temor.
EliminarAbraço