segunda-feira, 17 de março de 2014

Do exercício da arrogância

Recuperação de textos do meu antigo blogue averomundo, retirado de circulação. Este texto pertence a uma série denominada cadernos do esquecimento. Texto de 11.10.2009.

É preciso uma enorme dose de arrogância para alguém se candidatar a um cargo público com a suposição de ser capaz de resolver os problemas da comunidade ou dos outros. A candidatura, toda a candidatura, é um exercício paranóico de arrogância. Não basta a mera auto-estima, a confiança em si. Todo o poder, sem excepção, se funda na arrogância, exprime-se através da altivez e da sobranceria, por vezes, se conveniente, através do desprezo. Aquele que luta pela conquista ou manutenção do poder não é apenas audaz, é presunçoso e, muitas vezes ou sempre, insolente. A verdadeira virtude política não passa de um repositório de qualidades para a prática do mal. Não por acaso, o poder é o lugar do mal e o poder absoluto, o do mal absoluto.

2 comentários:

  1. “Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive”.
    Henry Louis Mencken

    Um abraço

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