Um nome grande do fado, Alfredo Marceneiro. Quando comecei a
dar alguma atenção ao fado, coisa que não sendo recente também não é muito
antiga, a voz de Marceneiro foi uma das que mais me chamou a atenção. Reconheci
que não era por acaso nem injusta a sua fama. Aqui não é o lugar para contar a
história dos artistas seleccionados, nem o blogger
tem competência para o fazer (pode ver aqui uma biografia do grande
Marceneiro). Não identifiquei o autor – talvez seja um poema de origem popular,
o que o torna, como sintoma, mais interessantes – mas a letra deste fado é uma
nova e exuberante lição de sociologia pátria. "Há vários amores na vida /
Lindos como o amor perfeito / Belos como a Vénus querida / De tantos que a vida
tem / Só um adoro e respeito / É o santo amor de mãe". Diz tudo do que se
pensa do amor, das mulheres e mostra que, apesar do afadistamento geral que
tocou, pelo menos em tempos, os homens portugueses, há um inextricável e
irresolúvel complexo de Édipo. Isto ajudará a explicar a menoridade, essa
dependência do seio materno, onde os portugueses gostam de se resguardar para
não enfrentar o sério e difícil na vida. Elucidativo.
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