Uma fraude que nasceu em 1968 e terminou em 1969. Lançou
apenas um LP, Epopeia, embora os
temas mais marcantes do grupo, como Flor
de Laranjeira e Menino tenham
sido editados em EP ou em single. O
parto e talvez a própria concepção da Filarmónica Fraude, segundo parece, terá
ocorrido entre o Entroncamento e Tomar, por certo em viagem de comboio pelo
ramal de Tomar. A Filarmónica Fraude representou um corte com o tipo de música
que se praticava em Portugal, combinando o ritmo da pop ou o rock progressivo
com a música tradicional portuguesa. Era um sinal, mais um, de que as novas
gerações já não suportavam a tonalidade cinzento-negro do regime que os professores Salazar e Caetano tinham a gentileza de pastorear, com zelo inexcedível. Estamos
perante música com crítica social (no tema escolhido, a instituição visada é o
casamento tradicional e burguês, a sua aparente respeitabilidade), mas de uma orientação
completamente diferente daquela que vinha dos cantores ligados à oposição
política tradicional. De certa maneira, era a cultura europeia e americana que
estava a chegar por cá. Pena que os fraudulentos tivessem acabado com a mancomunação
em tão pouco tempo. Seja como for, foi dali que também nasceu a ulterior, já
após o 25 de Abril, Banda do Casaco.
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