Ramón Rivas - Abstracto (1955)
Quem pensar que a vida nas instituições públicas portuguesas se
encontra especificada em regras universais, abstractas e aplicáveis
objectivamente engana-se. O poder expressa-se nas múltiplas situações informais
em que o «chefe» dissolve a objectividade e usa a sua arbitrariedade para
favorecer ou prejudicar alguém. É assim que se consolidam pequenos e grandes
poderes, com uma palavrinha aqui, um favorzinho acolá, uma mãozinha mais à
frente. Objectividade e universalidade das regras? Regras abstractas? Poupem-nos
que está calor – ou frio – para tanta racionalidade. Não se faz por mal, mas
porque somos mais sicilianos do que escandinavos. O resto é cenário para europeu
ver. (averomundo, 2007/09/05)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.