Oswaldo Guayasamín - El Rostro del Hombre. La Edad de la Ira (1963-65)
Ao ler a entrevista a J. Rentes de Carvalho lembrei-me do espírito que percorre as caixas de comentário on-line. Ao referir, a personagem central do seu novo romance, O Meças, o escritor sublinha: Não conheço ninguém assim, mas sim muitas pessoas que têm uma boa parte dessa violência dentro de si. Tenho-as visto explodir por questões minúsculas e pergunto-me como é que um sujeito estoura daquela maneira se o motivo é tão diminuto. A resposta é: tem muita raiva acumulada desde que nasceu (ler aqui a entrevista). É esta raiva cumulada que encontro nas caixas de comentário sobre artigos de opinião ou notícias de incidência política.
Não se trata daquela sarcasmo barato que os agentes das diversas confrarias políticas produzem sobre tudo o que contraria a visão do mundo dos que lhe pagam para fazer aquele tipo de trabalho sujo. Falo de outra coisa. Falo da ira genuína das pessoas, de um desejo quase homicida de lançar um castigo divino sobre tudo aquilo com que não concordam, que contraria a sua opinião. Não é que eu ache que as caixas de comentários possam ser um lugar de troca de ideias civilizado. O anonimato dá coragem ao mesmo tempo que diminui a capacidade de reflexão, caso ela exista. O que não me deixa de surpreender é a violência da manifestação dessa muita raiva acumulada desde que se nasceu.
A raiva é a expressão de uma impotência, de uma incapacidade para lidar com e resolver as situações causadoras de perturbação. É uma raiva feita de frustração e de incapacidade de lidar com ela. Essa raiva que se manifesta nas caixas de comentário é uma forma de dar vazão a uma energia. Em muitos portugueses, talvez por falta de oportunidade social ou de conhecimento, a energia que deveria alimentar a iniciativa e a criação é transformada em raiva, que se vai acumulando ao longo do tempo. Depois explode, nos casos mais agudos, no homicídio, na violência doméstica. Genericamente, satisfaz-se, com mais mansidão, no comentário anónimo e violento a um artigo ou uma notícia. As caixas de comentários, com toda a raiva acumulada, são o retrato da falta de iniciativa e de capacidade para correr riscos.
Não se trata daquela sarcasmo barato que os agentes das diversas confrarias políticas produzem sobre tudo o que contraria a visão do mundo dos que lhe pagam para fazer aquele tipo de trabalho sujo. Falo de outra coisa. Falo da ira genuína das pessoas, de um desejo quase homicida de lançar um castigo divino sobre tudo aquilo com que não concordam, que contraria a sua opinião. Não é que eu ache que as caixas de comentários possam ser um lugar de troca de ideias civilizado. O anonimato dá coragem ao mesmo tempo que diminui a capacidade de reflexão, caso ela exista. O que não me deixa de surpreender é a violência da manifestação dessa muita raiva acumulada desde que se nasceu.
A raiva é a expressão de uma impotência, de uma incapacidade para lidar com e resolver as situações causadoras de perturbação. É uma raiva feita de frustração e de incapacidade de lidar com ela. Essa raiva que se manifesta nas caixas de comentário é uma forma de dar vazão a uma energia. Em muitos portugueses, talvez por falta de oportunidade social ou de conhecimento, a energia que deveria alimentar a iniciativa e a criação é transformada em raiva, que se vai acumulando ao longo do tempo. Depois explode, nos casos mais agudos, no homicídio, na violência doméstica. Genericamente, satisfaz-se, com mais mansidão, no comentário anónimo e violento a um artigo ou uma notícia. As caixas de comentários, com toda a raiva acumulada, são o retrato da falta de iniciativa e de capacidade para correr riscos.
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