Juan Botas - School (1989)
O texto abaixo é a minha participação, a convite do meu caro colega José Tomé, na controvérsia sobre as primeiras medidas, do actual governo, no âmbito da educação. Argumento a favor dos exames agora abolidos. O texto foi publicado na última edição do jornal O Riachense.
Deixo de lado o facto reprovável de introduzir alterações às regras de
avaliação com o ano lectivo a decorrer e concentro-me no fim dos exames dos 4.º
e 6.º anos do ensino básico. Argumento em defesa da necessidade desses exames.
Por que razão considero esses exames um bem para os nossos alunos?
Em primeiro lugar, porque os exames têm o condão de formar uma
comunidade de destino entre alunos, professores e pais. Essa comunidade visa
melhorar as aprendizagens dos alunos para obtenção de melhores resultados.
Em segundo lugar, porque implicam que alunos e professores aprofundem
as aprendizagens, as consolidem e as tornem mais consistentes.
Em terceiro lugar, se as provas forem bem concebidas, implicam
alterações das práticas lectivas tornando-as mais eficientes, inovadoras e
adaptadas ao que a sociedade espera dos alunos.
Em quarto lugar, porque os exames são uma forma de prestação social de
contas por parte de escolas, professores e famílias, permitindo avaliar se o
investimento em educação está a ser bem aproveitado.
Em quinto lugar, porque preparam os alunos, desde cedo, para enfrentar
obstáculos e a tirar prazer de os superar.
Em sexto lugar, porque os exames têm virtualidades que permitem fazer
deles um importante meio de promoção de igualdade entre alunos provenientes de
meios culturais diferenciados.
Estas seis razões são demasiado importantes para que em nome de
hipotéticas más práticas docentes (reduzir o ensino à preparação para exame) ou
imaginários traumas psicológicos (a tensão a que os alunos se submetem) sejam
erradicados do sistema. Uma péssima opção a do governo e da actual maioria.
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