Caspar David Friedrich - Mountain Landscape (1804-5)
62. A montanha irrompe pelos céus
A montanha irrompe pelos céus,
rasga a cortina
e deixa os deuses vir
sobre a terra branca e cansada.
Névoas de seda e caminhos de musgo,
o súbito pulsar da noite,
árvores presas nas raízes,
um grito que dilacera a manhã.
Subo contigo a montanha
e espero o voo do pássaro,
a vertigem que faz tremer a vida
e abre os olhos para a verdade.
Trémulo, anseio o cume,
e entre fetos e silvas
arrasto o corpo lacerado,
a fogueira que arde no coração.
Belíssimo!
ResponderEliminarE que melhor lugar do que as nuvens para nos cruzarmos com os deuses, mesmo que nos doa?
Abraço (sob um céu sem nuvens)
Obrigado e boa estadia aí no Valhalla.
EliminarAbraço
A mitologia nórdica não é o meu forte e o salão de Odin com as suas Valquirias, assusta um bocadinho.
ResponderEliminarAbraço
Assustar, ela assusta. Os descendentes dos vikinks, contudo, adaptaram-se bem.
EliminarAbraço
Que poema tão bonito.
ResponderEliminarVinda de uns dias no meio de montanhas cobertas de fetos e musgo e agora aqui, in heaven, de frente para uma Serra tão ampla, tão clara, ouvindo de manhã à noite o canto inocente dos pássaros, não posso deixar de ficar encantada com as suas límpidas palavras.
Muito obrigado, UJM. A montanha é um lugar propício, tanto para estar como para escrever sobre ela.
EliminarA montanha nunca se ultrapassa se apenas a contemplarmos, por vezes impõe.se abandona-la.
ResponderEliminarPor vezes, a montanha torna-se insuportável ara os seres humanos.
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