quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cavaco, o treinador

Jacinta Gil Roncalés - Entrenador (1998)

Nada melhor do que um dia, como o de hoje, consagrado à bola, para compreender a nossa vida política. Durante certo tempo, o lamentável Presidente da República que, para abundante infelicidade nossa, os portugueses, por duas vezes, sufragaram apresentava-se como árbitro. Hoje a imagem arbitral já não colhe. Todos percebemos que a metáfora do árbitro - com os seus deveres de neutralidade e de imparcialidade perante as equipas - apenas servia para mascarar a real situação. Cavaco não é nem nunca foi neutro ou imparcial. Foi sempre um árbitro caseiro, apitando a favor dos da sua casa. O problema não está no facto de ele ser parcial, mas na tentativa de esconder essa sua parcialidade.

Caído o véu da ignorância, compreendido que Cavaco é mais um dos que apoia uma parte do país contra outra, qual a metáfora futebolística que melhor cabe a este Presidente da nossa infeliz República? Como se pode ver aqui, Cavaco Silva acha por bem que ele, o Presidente da República, dê conselhos públicos à equipa governamental, que diga como deve jogar, como os jogadores se devem comportar dentro de campo e até nos balneários. À função de árbitro - árbitro caseiro, como se disse - soma as funções de treinador, do homem que comanda a táctica e a estratégia e dá sugestões sobre a comida e a temperatura da água do banho. E quando a sua equipa marca um golo - claro, um golo contra Portugal e os portugueses - o treinador Cavaco não esquece de agradecer à Virgem de Fátima.

Nunca pensei ver um Presidente da República que descesse, em nível político, abaixo do Almirante Tomás. Cavaco Silva, porém, não pára de nos surpreender e já suplantou o velho marinheiro em lugares comuns, frases insensatas e palavras tolas. Como é possível os portugueses gostarem tanto de uma pessoa assim?

4 comentários:

  1. Também hoje me referi à criatura. Além isso, já gritei muito: Fora o Árbitro!!!
    "Pertanto", só me resta dizer, "Ai jasus".

    A propósito do Almirante Tomás, só falta mesmo que, na próxima visita que faça a Fátima, enquanto treinador actual, o Cavaco, diga do alto da sua confrangedora ignorância, mais uma pérola do género: "É a primeira vez que aqui estou desde a última em que cá estive".

    É verdade, os portugueses -nem todos- tem gostos muito duvidosos...

    Abraço

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    1. De facto, já falta pouco - por vezes, parece que nem falta nada, antes pelo contrário - para o nosso infeliz PR dizer "É a primeira vez que aqui estou desde a última em que cá estive". Que criatura!

      Abraço

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  2. Subscrevo tudo. Figura cinzenta que só diz disparates. Caseiro, sim, o quintal... :) Sem nenhuma envergadura intelectual, moral, nada. Passei, sempre.

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    1. Uma infelicidade, esta fixação em Cavaco Silva.

      Obrigado, pela passagem.

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