Jean Dubuffet - Banco de equívocos (1963)
Uma experiência corrente é compreender que uma certa certeza, que nos parece tão clara e distinta, não passa de um equívoco. Um efeito desta experiência pode ser conduzir a uma busca de certezas que resistam ao equívoco. A desmedida humana não tem limites. Outra possibilidade será moderar a exigência de certezas e olhar as nossas, por claras e distintas que sejam, como possíveis equívocos que o tempo acabará por revelar. Será frustrante para aqueles que, de uma forma ou de outra (e há formas tão rebuscadas), julgam possuir a verdade. Teria eventualmente a virtude de moderar a tendência humana para impor, quase sempre através de alguma forma de violência, a verdade, a sua verdade, aos pobres infiéis que ainda não foram por ela iluminada. Descobrir-se instalado num banco de equívocos não será assim tão dramático. Pelo contrário.
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