Jackson Pollock - Night Mist (1945)
A história rumoreja. Não são palavras, grandes proclamações,
mas meros murmúrios, indefinidos rumores. Inaudíveis? Não e sim. Não, porque
são murmúrios e rumores e se a linguagem não é articulada, não deixa de haver
emissão, ainda que débil, de sons que, como o canto e o voo das aves, podem ser
interpretados. Sim, porque, apesar de proliferarem pelo espaço público os
áugures, ninguém está interessado em fazer o silêncio necessário para que
murmúrios e rumores possam ser escutados. No meio da algazarra geral, ela, a
história, vai tecendo, inexorável, o seu manto, apesar das mil pretensões dos
homens, que mais que fazê-la são feitos por ela e, por muito que isso os
contrarie, para ela, alimento sempre escasso para uma voracidade insaciável.
Perante isto, a esquerda, a direita e o centro não passam de uma taxionomia
alimentar.
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