Ralph Steiner - Sapling in the Snow, 1977
Uma doença. Não é de bom tom criticar o Islão. Desencadeia-se, mesmo entre muitos ateus, uma súbita paixão pela religião e os dedos acusadores escrevem de imediato a etiqueta islamófobo. E no entanto o Islão - e não apenas as suas versões terroristas - é um problema, criado de forma consciente por muitos dos seus seguidores, para o nosso modo de vida. Veja-se como em aspectos absolutamente impensáveis e ridículos a intolerância da cosmovisão islâmica se manifesta. Um clérigo islâmico saudita pediu, através do Twitter, à FIFA para criar uma lei que proíba os festejos cristãos (por exemplo, jogadores que se benzem) após a marcação de golos. É evidente que a FIFA não vai abrir a boca sobre o assunto, mas ele foi lançado, veremos quanto tempo vai demorar a que manifestações religiosas sejam interditas nos estádios de futebol. Pessoalmente, nada tenho contra Islão, desde que respeite os direitos humanos, entre eles a liberdade dos indivíduos, a possibilidade de cada um seguir a sua própria consciência. O Ocidente tem um problema enorme entre mãos e não sabe como lidar com ele. Em 1781, em nota de rodapé ao Prefácio da primeira edição da Crítica da Razão Pura, Kant escrevia: "A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela sua santidade, e a legislação, pela sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame". A única forma de nós, ocidentais, mostrarmos respeito pelo Islão é submetê-lo, como o fizemos ao Cristianismo, à severa crítica da razão. Isto para que a nossa paisagem não se transforme, mais cedo ou mais tarde, num enorme deserto gelado.
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