Ernst Ludwig Kirchner - Vita alpestre (1919)
Uma parte do que somos é configurada pelo local onde nascemos e onde se desenrolou a infância. A vida na montanha é mais rude e rigorosa do que na planície ou nas cidades. A montanha é menos propícia ao devaneio. Ela, com os seus perigos e carências, exige frugalidade e uma atenção redobrada à realidade. Quase automaticamente, pensamos que a vida aí é mais autêntica e mais verdadeira. Esta relação, que o espírito faz sem nela reflectir, não deixa de revelar uma crença solidamente plantada no coração dos homens. A vida autêntica e verdadeira é aquela que, pela rudeza das suas condições, exige dos homens um grande rigor e uma não menor frugalidade. Por muito que gostemos do que é fácil e do que é cómodo, sabemos, por um saber ancestral, que a frugalidade e o rigor são o quinhão que nos deve caber.
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