segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Árvores

Erich Angenendt - Tanz der Birken, 1949

Raramente, na economia das relações do homem com o mundo que o rodeia, se presta atenção a esses seres silenciosos que são as árvores. Aqueles que, nos campos, delas dependem ser-lhe-ão mais atentos, eventualmente, do que os homens da cidade. Em muitos, seja qual for o lugar em que vivem, a atenção dada deve-se à utilidade com que medem a sua presença. Haverá, porém, uma outra dimensão que estabelece uma relação mais funda e fundamental entre homens e árvores. Como a fotografia de Erich Angenendt torna manifesto, as árvores permitem uma contemplação desinteressada, uma contemplação estética, onde um prazer nos aproxima do segredo que habita esses seres silenciosos que nos observam impassíveis. E nessa aproximação, que o prazer estético proporciona, pode o homem descobrir que também ele pode aprender a olhar, impassível e silencioso, o mundo. Pode aprender uma estranha fraternidade com esses seres que dançam sobre a terra ao erguer os seus ramos para os céus.

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